O inesperado triunfo do Partido Socialista de António Costa na eleições portuguesas Esta semana continua um retorno cauteloso da centro-esquerda da Europa – e, dizem os analistas, pode trazer algumas lições no que continua a ser um quadro misto para os social-democratas do continente.
Depois de vitórias no outono passado por SPD da Alemanha e Partido Trabalhista da Noruega, a inesperada vitória do primeiro-ministro português – com 41,7% dos votos, cinco pontos a mais que em 2019 – foi mais uma boa notícia para um movimento que cinco anos atrás olhou declínio terminal.
Em alguns países, ainda é. O Partido Socialista Francês foi praticamente obliterado nas eleições de 2017 e as pesquisas preveem que sua candidata à corrida presidencial deste ano, Anne Hidalgo, a prefeita de Paris, fará bem em capturar mais de 3% no primeiro turno, uma pontuação quase inimaginável para um partido outrora liderado por François Mitterrand e que, há apenas uma década, controlava o Eliseu, o Senado, o Parlamento e a maioria das regiões da França.
O Partido Trabalhista Holandês (PvdA) também caiu para um recorde de baixa em 2017, ganhando menos de 6% dos votos e perdendo quase três quartos de seus deputados, e em eleições parlamentares do ano passado ele falhou lamentavelmente em melhorar sua pontuação.
E enquanto o contexto no centro e leste Europa é diferente, os sociais-democratas tchecos (CSSD), que venceram quatro das seis pesquisas realizadas desde a formação do país em 1993 e ficaram em segundo lugar duas vezes, perderam tanto em outubro que não estão mais no parlamento.
Em outros lugares, as coisas são mais otimistas: todos os cinco países nórdicos são liderados por governos de centro-esquerda; O Partido Democrata da Itália é membro de sua coalizão governante; O PSOE de Pedro Sánchez lidera uma aliança progressista na Espanha; e um chanceler social-democrata, Olaf Scholz, lidera uma coalizão de três partidos de esquerda Alemanha.