A fotografia portuguesa faz escala no Mediterrâneo. Michel Puech nos dá este relatório que foi publicado em sua revista al-oeil.info
Como parte do Temporada França-Portugal sendo realizado simultaneamente nos dois países entre fevereiro e outubro de 2022, o Vila Tamarisem La Seyne-sur-Mer, centro de arte da Mitropole Toulon Provence Mediterrâneo (TPM) recebe de 4 de junho a setembro de 2022, uma exposição dedicada à fotografia portuguesa.
Depois Yan Arthus Bertrand, Claude Gassian, Gérard Rancinan, uma dezena de artistas portugueses vai ocupar esta magnífica moradia. Sem dúvida, a principal surpresa desta exposição é o trabalho de Manoel de Oliveira (1908-2015). O rosto oculto do cineasta só foi revelado ao grande público português em 2021 no museu que lhe é dedicado, o Casa do Cinema Manoel de Oliveira alojado pelo Fundação de Serralves no Porto. A exposição Tamaris incluirá cerca de uma centena de obras fotográficas, documentos inéditos e material cinematográfico. Da década de 1930 à década de 1950, em diálogo com o pictorialismo, o construtivismo, sua obra foi censurada pelo ditador Salazar, felizmente deposto em 25 de abril de 1974 pelo putsch do Militares Forças Armadas (MFA).
O outro astro Alfredo Cunha nasceu em 1953, é um fotógrafo que, após uma passagem pela publicidade, iniciou a carreira de fotojornalista em 1971. Em 1974, destacou-se pela cobertura do Revolução de 25 de abril. Trabalhou para os principais jornais e revistas portuguesas onde também exerceu o cargo de editor de fotografia.
“O mundo é grande e este grande fotógrafo português viajou muito longe – Alfredo assistiu a explosões mortais no Iraque, testemunhou a injustiça na Roménia, documentou a situação dos refugiados em toda a África, explorou a exótica Índia, navegou na populosa China e narrou a revolução silenciosa em seu próprio país. Alfredo Cunha é testemunha do mundo que o rodeia há quatro décadas e, portanto, um cronista dos nossos tempos – um historiador munido de uma máquina fotográfica através da qual produziu imagens de beleza assombrosa que imortalizaram a passagem do tempo e os indivíduos que o ocuparam, diz ele o famoso fotógrafo João Silva, nascido em Lisboa mas de nacionalidade sul-africana.
A par destas duas personagens estarão expostas as obras de Helena Almeida (1934-2018), David Infante, Catarina Osório de Castro, Tito Mouraz e dois artistas residentes Zagros Merhkian e Lena Durr.
Michael Puech
Publicado pela primeira vez em http://www.al-oeil.info
Un té au Portugal de 4 de junho a 18 de setembro de 2022
Curadores da exposição: Micheline Pelletier e Rui Freire
Vila Tamaris
Centre d’Art Toulon Provence Miditerranée 295, avenue de la Grande Maison – 83500 La Seyne-sur-mer