LISBOA: Portugal acelerará a construção de parques solares para substituir a geração de eletricidade a gás e atingirá uma meta da UE de reduzir o uso de gás, Energia secretário João Galamba disse.
Com Europa lutando para fechar uma lacuna entre o consumo de gás e o fornecimento restrito, Galamba disse que acelerar a instalação de 1,2 gigawatts de capacidade solar fotovoltaica “daria uma contribuição muito importante, pois permitirá que os geradores de eletricidade consumam menos gás”.
“É a medida mais eficaz que Portugal pode tomar sem aplicar medidas mais pesadas nos setores elétrico ou industrial, que são os principais consumidores”, disse na noite de quarta-feira à televisão pública RTP.
Os ministros de energia da UE concordaram na terça-feira que os países membros devem reduzir o uso de gás em 15 por cento de agosto a março.
Mas Portugal e Espanha, que têm interconexões energéticas fracas com o resto da Europa, podem reduzir o consumo em apenas 7% se enviarem o máximo de gás possível para os vizinhos da UE. Os dois países importam gás liquefeito de outros produtores que não Rússia e pode reexportar alguns.
A capacidade de 1,2 gigawatt equivale à de uma central eléctrica a carvão já encerrada em Sines, disse Galamba. A geração solar é muito mais intermitente do que a geração térmica, no entanto.
A capacidade acelerada está em parques solares já aprovados ou em construção. Como parte do plano, “300 megawatts a 400 megawatts de nova capacidade solar de parques solares fotovoltaicos de pequena, média e grande escala entrarão em operação até outubro”, disse o secretário.
Portugal tem atualmente capacidade solar instalada superior a 2 gigawatts, o dobro do que tinha no final de 2020.
Consome cerca de 5 milhões de metros cúbicos de gás natural anualmente. Os produtores de eletricidade usam 45%, a indústria 45% e as famílias 10%.
“Estamos trabalhando para minimizar ou até eliminar o risco de impactos negativos na indústria”, disse Galamba. O governo tomaria medidas para reduzir o uso de gás nos edifícios e incentivar o público a usar menos.