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LISBOA, 25 de agosto (Reuters) – Enfrentando uma seca sem precedentes, o governo de Portugal recomendou que 43 municípios aumentem temporariamente os preços da água para seus maiores consumidores e suspendam a limpeza de ruas e rega em parques e jardins públicos.
Todo o território continental de Portugal está a sofrer uma seca severa ou extrema na sequência das ondas de calor dos últimos meses, refere o instituto nacional de meteorologia IPMA.
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, disse na noite de quarta-feira que, das 61 barragens de Portugal Continental, 10 se encontram em situação crítica, com o volume de água armazenado abaixo dos 20% da sua capacidade.
As barragens quase secas abastecem 40 municípios do norte e centro do país e três estão no Algarve dependente do turismo.
Embora o país como um todo tenha água suficiente em seus reservatórios para dois anos de consumo, os 10 em situação crítica não têm o suficiente para um ano, disse Cordeiro.
Portugal tem um total de 278 municípios e são responsáveis pelo abastecimento de água à população.
Nas 43 mais afetadas, Cordeiro disse que o governo recomendou que, para o período em que a seca foi mais severa, aumentem o preço para famílias e empresas que consomem mais de 15 metros cúbicos de água por mês. A família média do país consome 10 metros cúbicos por mês.
Devem também “suspender temporariamente os usos não essenciais da água, nomeadamente para lavar ruas e regar espaços verdes, e em fontes decorativas e piscinas”, disse, acrescentando que o governo vai ajudar a garantir a rápida implementação destas medidas.
“Sempre há a possibilidade legal de o governo adotar medidas com mais força do que recomendações, embora não seja necessário por enquanto”, disse ele, dizendo que os municípios estão dispostos a agir.
Em fevereiro, o governo ordenou seis barragens para interromper a produção de eletricidade e, a partir de agosto, Portugal cortou a irrigação de campos de golfe e parques públicos e jardins no Algarve para evitar o racionamento de água para uso humano.
Por Sérgio Gonçalves; Edição por Inti Landauro e Barbara Lewis
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