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ALQUEVA, Portugal, 9 Mai (Reuters) – Dois rebocadores transportaram uma vasta gama de 12.000 painéis solares, do tamanho de quatro campos de futebol, para sua ancoragem no reservatório de Alqueva, em preparação para iniciar o maior parque solar flutuante da Europa em julho.
Construída pela principal concessionária do país EDP (EDP.LS) no maior lago artificial da Europa Ocidental, a brilhante ilha flutuante faz parte do plano de Portugal para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados, cujos preços subiram desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Abençoado por longas horas de sol e ventos do Atlântico, Portugal acelerou a sua mudança para as energias renováveis. Mas, embora Portugal quase não use hidrocarbonetos russos, suas usinas a gás ainda sentem o aperto dos preços crescentes dos combustíveis.
Miguel Patena, diretor do grupo EDP responsável pelo projeto solar, disse quinta-feira quando os rebocadores colocaram os painéis em posição que a eletricidade produzida a partir do parque flutuante, com capacidade instalada de 5 megawatts (MW), custaria um terço da produzida a partir de uma usina a gás.
Os painéis da albufeira do Alqueva, que é utilizado para gerar energia hidroeléctrica, produziriam 7,5 gigawatt/hora (GWh) de electricidade por ano, e seriam complementados por baterias de lítio para armazenar 2 GWh.
Os painéis solares vão abastecer 1.500 famílias com energia ou um terço das necessidades das cidades vizinhas de Moura e Portel.
“Este projeto é o maior parque solar flutuante em uma hidrelétrica na Europa, é uma referência muito boa”, disse Patena.
Painéis solares montados em pontões em lagos ou no mar foram instalados em vários lugares, da Califórnia a lagoas industriais poluídas na China, na luta para reduzir as emissões de CO2.
Os painéis flutuantes não requerem imóveis valiosos e aqueles em reservatórios usados para energia hidrelétrica são particularmente econômicos, pois podem se conectar a ligações existentes à rede elétrica. O excesso de energia gerada em dias ensolarados pode bombear água para o lago para ser armazenada para uso em dias nublados ou à noite.
Ana Paula Marques, administradora executiva da EDP, disse que a guerra na Ucrânia mostrou a necessidade de acelerar a passagem para as energias renováveis
Adiantou que o projeto de Alqueva enquadra-se na estratégia da EDP de “ser 100% verde até 2030”, com a energia hídrica e outras renováveis a representarem agora 78% dos 25,6 GW de capacidade instalada da EDP.
Em 2017, a EDP instalou um projeto piloto solar flutuante com 840 painéis na barragem do Alto Rabagão, o primeiro na Europa a testar como a energia hídrica e solar se podem complementar.
A EDP já tem planos de expansão do projeto Alqueva. Assegurou em abril o direito de construir um segundo parque flutuante com 70 MW de capacidade instalada.
Reportagem de Sérgio Gonçalves; Edição por Andrei Khalip e Edmund Blair
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