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LISBOA, 16 Mar (Reuters) – Portugal reforçou uma lei que concede cidadania a descendentes de judeus sefarditas e que permitiu que o oligarca russo Roman Abramovich se tornasse cidadão, mas as mudanças não serão retroativas, disse o ministro das Relações Exteriores nesta quarta-feira.
O bilionário recebeu a cidadania portuguesa no ano passado com base na lei de 2015 que oferece naturalização a descendentes de judeus sefarditas que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval. consulte Mais informação
O ministro das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva, disse que um decreto introduziu um novo requisito para que os requerentes demonstrem uma “ligação efetiva com Portugal”, embora não tenha feito menção a nenhum indivíduo ao discutir as alterações.
Abramovich estava entre vários bilionários russos adicionados a uma lista negra da União Europeia, elaborada após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele foi colocado em uma lista de sanções britânicas na semana passada. consulte Mais informação
Santos Silva disse que Portugal implementaria sanções da UE contra Abramovich, mas não poderia proibi-lo de entrar no país por ser cidadão.
As alterações à lei da cidadania já tinham luz verde do presidente Marcelo Rebelo de Sousa e entrariam em vigor em breve, disse o ministro em briefing a jornalistas estrangeiros, sem dar uma data para implementação.
O jornal Publico de Portugal informou que, ao abrigo das novas regras, os requerentes terão de apresentar documentos adicionais para comprovar uma ligação a Portugal, como herança de um imóvel em território português ou comprovativo de visitas ao país.
Santos Silva disse que a lei é “generosa e justa” e introduzida para descendentes de judeus que foram perseguidos na região ou expulsos, embora tenha dito que são necessárias melhorias.
Um inquérito sobre a concessão de cidadania a Abramovich foi aberto em janeiro pelo Ministério Público português e sua cidadania pode ser retirada dependendo do resultado.
Um porta-voz de Abramovich negou repetidamente qualquer irregularidade.
Um rabino responsável por emitir um documento necessário para obter a cidadania foi preso na semana passada por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção, fraude e falsificação de documentos no processo. consulte Mais informação
Cerca de 57.000 descendentes de judeus sefarditas receberam cidadania desde que a lei foi implementada em 2015, segundo dados oficiais.
Reportagem de Catarina Demony; Reportagem adicional de Patrícia Rua; Edição por Inti Landauro e Edmund Blair
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