LISBOA, Portugal (AP) – A companhia aérea portuguesa DAP planeja privatizar a Air Portugal no próximo ano, anunciou o governo na quinta-feira, depois que a companhia aérea voltou à lucratividade após um resgate de 3,2 bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares). Plano de reestruturação financiado pelos contribuintes.
O objectivo é vender pelo menos 51% da empresa, disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, após reunião de gabinete.
Medina não colocou preço na empresa. Mas disse em conferência de imprensa que outros factores, como a manutenção do hub da companhia aérea na capital portuguesa, Lisboa, e o investimento em pessoal e expansão, também pesariam na decisão a quem vender a empresa.
Medina disse que o governo divulgará mais detalhes dentro de alguns meses.
A TAP, uma das mais pequenas companhias aéreas nacionais da Europa, transportou quase 14 milhões de passageiros no ano passado. Este é um recorde da empresa e deve ser quebrado este ano.
De acordo com as demonstrações financeiras da empresa, obteve um lucro de 65,6 milhões de euros (69 milhões de dólares) sobre receitas de 3,5 mil milhões de euros (3,7 mil milhões de dólares) em 2022, após quatro anos de perdas.
A TAP tem mais de 11 mil colaboradores e mais de 90 aeronaves que voam para mais de 80 destinos, maioritariamente na Europa, mas também na América do Norte e do Sul, com destaque para o Brasil e as Américas e África.
Lufthansa, Air France-KLM e International Airlines Group, que combina a espanhola Iberia e a British Airways, são prováveis concorrentes, dizem analistas de companhias aéreas.
Duas tentativas anteriores de privatizar a TAP falharam em meio a problemas financeiros e incessantes batalhas políticas pela companhia aérea. Conflitos com sindicatos também atormentaram a empresa.
Há oito anos, o recém-eleito governo socialista cancelou a privatização três meses depois de esta ter ocorrido durante a administração anterior.
Em 1998, a Swiss Air adquiriu 34% da TAP, mas o acordo para adquirir uma participação maior na empresa fracassou três anos depois, quando a companhia aérea suíça faliu.