O Ministério da Agricultura português diz que vai duplicar a produção nacional de cereais de 18% para 38% para compensar a dependência do abastecimento da Ucrânia e da Rússia.
A ministra Maria do Céu Antunes disse em Leiria que Portugal vai adoptar uma estratégia para mais do que duplicar a produção nacional de cereais mas acrescentou que não faltou produto em Portugal.
“Portugal produz hoje 18% dos cereais que consome. Temos uma estratégia para aumentar isso para 38%. Portugal não tem as condições naturais em termos de solo e clima para ser competitivo com outras partes do mundo, nomeadamente na Europa”, admitiu o ministro que assistia à inauguração do Mercado Municipal de Leiria.
Segundo Maria do Céu Antunes, o objetivo é “aumentar a autonomia estratégica (de Portugal)”, que acredita ser possível “através de uma série de investimentos” que vão incentivar os agricultores a “inovar e utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade do solo”. , que também é pobre por falta de água, por ter “lavouras irrigadas”.
O governo também dará apoio financeiro para que “esses produtores façam essa opção quando tiverem que semear”.
Maria do Céu Antunes disse ainda que foram encontrados mercados alternativos de importação de cereais para a Ucrânia nos Estados Unidos e na África do Sul: “Estão garantidas as condições para que não haja falta de stock de cereais em Portugal”, disse.
O ministro explicou que investir no setor primário é a “principal estratégia” e disse que Portugal tem “equilibrado um desequilíbrio comercial estrutural”.
“Mesmo durante a pandemia, as exportações portuguesas continuaram a aumentar a uma taxa de 5% ao ano, semelhante às taxas observadas nos últimos 10 anos. No primeiro trimestre deste ano, as exportações do setor agroalimentar aumentaram 13% sem deixar de alimentar os portugueses e, embora as importações também tenham crescido, o fizeram a um ritmo menor, o que tendeu a equilibrar o comércio equilíbrio”, frisou.
“O que pretendemos fazer não é apenas impulsionar a modernização do setor, mas ajudar nossos agricultores a fazer a transição agroambiental, utilizando o know-how para produzir mais, com menos recursos e, assim, ganhar competitividade”.
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