LISBOA, 19 Set (Reuters) – Portugal pode enfrentar problemas de abastecimento neste inverno se a Nigéria não entregar todo o gás natural liquefeito (GNL) ao qual deve, disse o ministro do Meio Ambiente e Energia do país da União Europeia nesta segunda-feira.
Questionado se, com muitos países agora à procura de alternativas ao gás russo, existe a possibilidade de a Nigéria não cumprir os seus volumes de fornecimento de GNL, Duarte Cordeiro disse que, embora o governo tenha dado garantias a Lisboa de que o faria, “existe o risco de não cumpre”.
“De um dia para o outro, podemos ter um problema, como não ser fornecido o volume de gás que está previsto”, disse Cordeiro em conferência em Lisboa organizada pela CNN Portugal.
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Cordeiro não disse o que impediria a Nigéria de fornecer o GNL com o qual foi contratado.
A produção de petróleo e gás na Nigéria foi estrangulada por roubo e vandalismo de oleodutos, deixando o terminal da produtora de gás Nigeria LNG Ltd em Bonny Island operando com 60% da capacidade.
Nigéria LNG, que é propriedade da estatal petrolífera NNPC Ltd, Shell (CONCHA)TotalEnergies (TTEF.PA) e Eni (ENI.MI)não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Apesar de Portugal ter as suas reservas de gás a 100% da capacidade de armazenamento, Cordeiro disse que se se concretizarem menos entregas de GNL nigeriano, terá de procurar abastecimentos alternativos.
Com outros países europeus fazendo o mesmo, isso provavelmente levaria a preços mais altos do gás importado, disse ele. consulte Mais informação
Portugal importou no ano passado 2,8 mil milhões de metros cúbicos de GNL da Nigéria, ou 49,5% do total das importações, enquanto os Estados Unidos foram o segundo maior fornecedor com uma quota de 33,3%.
Seus outros fornecedores incluem Trinidad e Tobago, Argélia, Catar e Rússia, esta última respondendo por apenas 2% no ano passado.
Portugal está a “diversificar os seus fornecedores para aumentar a segurança energética do país”, disse Cordeiro, acrescentando que está a adotar estratégias para reduzir o consumo de gás, ao mesmo tempo que aumenta a já elevada produção de eletricidade através de fontes renováveis.
“Portugal está a preparar-se, como toda a Europa, para aquele que será um inverno difícil”, disse, instando a Comissão Europeia a avançar com a implementação de uma plataforma conjunta de compra de gás e a definição de preços de importação.
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Reportagem de Sérgio Gonçalves; Edição por Alexander Smith
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