LISBOA (Reuters) – O governo de Portugal ordenou nesta quinta-feira que corte a taxa de referência Euribor de seis meses, que os bancos usam em hipotecas, em até 30% nos próximos dois anos para ajudar as famílias a lidar melhor com o aumento das taxas de juros e evitar a inadimplência. .
“Como resultado desta medida, a taxa de juro implícita nas hipotecas não pode exceder 70% da taxa Euribor a seis meses nos próximos dois anos”, disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, em conferência de imprensa.
As famílias com hipotecas às taxas Euribor a três meses e a 12 meses receberão um desconto igual ao valor nominal em resultado da redução da taxa a seis meses, acrescentou.
Ao redistribuir os respectivos pagamentos até ao vencimento das hipotecas, o governo disse que os bancos poderão recuperar os juros não pagos no prazo de quatro anos.
Portugal é um dos países da zona euro com a maior percentagem de empréstimos hipotecários à Euribor, ou Taxas Interbancárias Oferecidas do Euro, o que impulsionou aumentos acentuados das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.
Cerca de 90% do stock de 1,4 milhões de hipotecas têm taxas variáveis com taxas Euribor a três meses, seis meses e 12 meses.
O Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, estimou recentemente que, até ao final de 2023, os custos relacionados com hipotecas de cerca de 70.000 famílias excederão 50% do seu rendimento líquido.
($1 = 0,9377 euros)
(Reportagem de Sergio Gonçalves; edição de Andre Caleb)