A investigação do ex-ministro das Relações Exteriores, que é ‘indivíduo’ no caso, continua
O Ministério Público (MP) de Portugal indiciou 73 arguidos na Operação Tempestade Perfeita, processo relacionado com a prestação de obras pela Direcção-Geral dos Recursos de Defesa Nacional (DGRDN) do Estado.
Entre os arguidos está o ex-director da DGRDN, Alberto Coelho, que responde pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, fraude e falsificação de documentos.
Não indiciado está Marco Capitão Ferreira – o ex-secretário de defesa recentemente demitido que é citado nas investigações em andamento.
Explica que o processo contra Marco Capitão Ferreira é considerado ‘separadamente’ e ainda está sob investigação.
A agência noticiosa estatal Lusa descreve a acusação de Tempestade Perfeita como apelando à condenação de Alberto Coelho a pagar mais de 86 mil euros ao governo.
O ex-diretor financeiro da DGRDN, Paulo Morais Franco, também foi indiciado. Ele enfrenta várias acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. A Lusa diz que os procuradores esperam que Morais Franco pague 415 mil euros de restituição ao governo (se condenado).
Francisco Marquez, ex-diretor de infraestruturas e serviços patrimoniais, “está a ser chamado a pagar quase 272 mil euros”, refere a Lusa.
Além destas três pessoas, estão indiciadas outras quatro pessoas que trabalham no Ministério da Defesa, 36 empresários e suas famílias e 30 empresas, segundo o Diário de Notícias.
A SIC Notícias deu entretanto um resumo da tempestade perfeita:
“No ano passado, uma megaoperação da PJ e do Ministério Público (MP) conduziu a uma busca às instalações da Direção-Geral dos Recursos de Defesa Nacional “no âmbito de uma investigação a atividades realizadas entre 2018 e 2021”.
“As buscas estão relacionadas à Operação “Tempestade Perfeita”, que envolveu vários altos funcionários do Departamento de Segurança Nacional e investigações sobre corrupção ativa e passiva, fraude, participação econômica em negócios, abuso de poder e lavagem de dinheiro e atividades ilegais. Para contratos adjudicados.
“A obra (reforma) do antigo hospital militar de Belém, em Lisboa, está em risco, está encerrada (…)
O A gestão de João Gómez Cravinho como ministro da Defesa está sob investigação.
Sobre as investigações ao papel de Marco Capitão Ferreira, o SIC explica: “Quando Gómez Cravinho ocupava a pasta da defesa, aprovou a revisão do contrato de manutenção dos helicópteros EH-101 sem a garantia do Tribunal de Contas.
“O contrato terminou em 2018, o João Gómez Cravinho pediu uma renegociação assim que terminou, e três meses depois decidiu rescindir o contrato sem motivo aparente.
“Tudo isto levou à assessoria indireta de Marco Capitão Ferreira, em que recebeu 61.500€ em cinco dias através de um contrato que não existia. É, portanto, suspeito de crimes de corrupção e participação económica em negócios.
Até o momento, o ministro Cravinho – atualmente no comando do Itamaraty – não foi apontado como suspeito nas investigações. Muitos críticos opinaram que sua posição no governo é inaceitável.
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