(Bloomberg) — A classificação dos títulos do governo de Portugal foi elevada em dois níveis pela Moody’s Investors Service, citando a perspectiva “sólida” de crescimento da economia no médio prazo.
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A classificação foi revisada para A3, de Baa2, com perspectiva estável, informou a agência de classificação de crédito com sede em Nova York em comunicado na sexta-feira. A Moody’s elevou a perspectiva para positiva em maio.
A actualização “reflete os efeitos positivos sustentados do crédito a médio prazo das reformas económicas e financeiras contínuas, da diversificação do sector privado e do fortalecimento contínuo do sector bancário”, afirmou a Moody’s no relatório.
Embora se espere que a economia do país desacelere este ano, o governo planeia reduzir o peso da dívida após a recuperação após a pandemia. Portugal tinha o terceiro maior rácio da dívida na área do euro em 2022 e a Comissão Europeia previu no início desta semana que subiria para o sexto lugar em 2023, à medida que o seu rácio dívida/PIB caísse abaixo dos níveis de França, Espanha e Espanha. Bélgica.
O primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa, renunciou inesperadamente na semana passada em meio a uma investigação sobre a influência do governo. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou então eleições antecipadas para 10 de Março e disse que a demissão do primeiro-ministro entraria formalmente em vigor no início de Dezembro.
A Moody’s afirmou que as demissões e a investigação sobre corrupção “podem retardar o progresso no investimento e nas reformas”, embora “as evidências sugiram que as instituições de Portugal estão a permitir que o país resolva eficazmente a questão”.
“Esta decisão da Moody’s, depois de marcadas eleições antecipadas, demonstra que os fundamentos da economia são fortes e confirma que Portugal ocupa um lugar no grupo de países com elevada qualidade de crédito e elevada credibilidade internacional”, afirmou o ministro das Finanças, Fernando Medina. Um relatório por e-mail.
Excedente orçamental
O orçamento de 2024 também inclui cortes no imposto sobre o rendimento e visa um excedente de 0,2% do PIB, inferior ao excedente projetado para 2023. Costa é um carro-chefe desde 2015.
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Uma mudança de governo não conduz necessariamente a uma mudança importante na política orçamental. Com um rácio da dívida superior a 100% do PIB e a desaceleração da economia, a disciplina fiscal será fundamental para qualquer administração.
O Banco de Portugal prevê um crescimento de 2,1% este ano e de 1,5% em 2024, acima dos 6,8% em 2022. A Moody’s disse que a economia crescerá 2% ao ano nos próximos cinco anos.
O rendimento dos títulos de 10 anos de Portugal ficou em 3,25% na sexta-feira, abaixo dos 3,2% de seis meses atrás. Subiu para 18% em 2012, no auge da crise da dívida da zona euro.
Portugal teve pela última vez uma classificação A-range da Moody’s em 2011. A Fitch elevou Portugal em um nível, para A-, em setembro, enquanto o país tem uma classificação BBB+ com uma perspetiva positiva na S&P Global Ratings.
“Portugal tem agora classificações de nível A de três agências de rating (Moody’s, Fitch e DPRS), o que abre a porta a um grupo mais amplo de investidores na dívida pública portuguesa”, afirmou o ministro das Finanças.
(O sétimo parágrafo final acrescenta os comentários do Ministro das Finanças.)
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