O presidente português, Marcelo Rebelo de Sos, argumentou na quarta-feira que qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia, além da questão da península da Crimeia, era um grito de guerra disfarçado em apoio ao povo do país invadido.
“A questão da Crimeia não pode ser separada da ocupação total do território da Ucrânia. Qualquer tentativa de separar as duas questões, subjetiva ou objetiva, não é ajuda ou apoio ao povo ucraniano, mas sim ruído desnecessário”, afirmou Rebelo de Souza. disse na cerimônia de abertura Cimeira da “Plataforma da Crimeia” em Kiev.
O objetivo do site era “desde o início: as pessoas não deveriam esquecer a Crimeia”, lembrou o chefe de Estado português.
Recordando a posição de Portugal de que “a nossa fronteira é a fronteira da Ucrânia”, disse que todos os envolvidos na questão deveriam lembrar-se que o objectivo da Ucrânia é “restaurar a integridade territorial”.
Ladeado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Rebelo de Souza insistiu que a guerra estava inextricavelmente ligada à invasão da Crimeia em 2014, que foi vista como o primeiro momento em que a Rússia violou a integridade territorial do país.
“Não podemos separar questões indivisíveis; Nunca podemos esquecer que o povo é a razão da nossa luta comum pela integridade territorial, soberania, democracia e liberdade; Não podemos esquecer que sem coesão social não há liberdade e democracia sem desenvolvimento. E desenvolvimento significa justiça social, mesmo para a Crimeia”, acrescentou o presidente português.
Rebelo de Sousa apelou a Moscovo para travar a invasão em grande escala que começou há um ano e meio. “Queremos que a Rússia retire imediatamente as suas tropas!”
Pouco antes de o chefe de Estado português falar, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, classificou a visita de dois dias de Rebelo de Souza como uma “viagem histórica”.
Zelenskyy, por seu lado, disse que “a voz de Portugal é politicamente importante” e agradeceu ao seu homólogo português pela visita a Kiev e por apoiar Portugal em vários domínios como
Disse que Portugal apoiou a Ucrânia desde o início da invasão russa e que apoiou a Ucrânia na “responsabilização da Rússia” pelo crime de agressão.
“A vitória no campo de batalha é muito importante; As pessoas estão morrendo, os países estão ajudando”, comentou Zelensky sobre o aniversário de um ano e meio da guerra.
(Editado por André Campos Ferrão, Cristina Cardoso | Lusa.pt)