PORTO, PORTUGAL — Ao descermos as margens do rio Douro, o sol da manhã estava baixo no céu. O brilho da hora dourada reflete nos edifícios e as cores parecem mais artísticas do que brilhantes.
As ruas estreitas e montanhosas estão repletas de edifícios em socalcos, muitos dos quais decorados com azulejos, um símbolo cultural de Portugal. Os azulejos estão por todo o lado e as suas representações podem até ser encontradas em produtos turísticos (verifique a origem dos azulejos de recordação para ter a certeza de que não foram roubados de edifícios da cidade. Se há dinheiro, há sempre. Para quem procura ganhar dinheiro rápido – ou Euro).
Azulejo vem da palavra árabe “az-zulayj” que significa “pedra pequena” ou “pedra pequena polida”. Tal como a maior parte da Península Ibérica, que inclui Espanha, Portugal estava sob domínio mouro e foram eles que introduziram os azulejos no país. Os azulejos originais tinham desenhos geométricos ou florais porque a lei islâmica proibia a representação de formas humanas.
Aos 15º e 16º Durante séculos, os azulejos foram importados de Espanha, mas no final dos anos 1500 Portugal começou a produzir os seus próprios. Originalmente, os azulejos eram tradicionais azuis e brancos e dispostos em padrão xadrez. À medida que a popularidade cresceu, cores foram adicionadas e imagens mais complexas foram criadas. No auge da popularidade do azulejo, de 1690 a 1750, os azulejos cobriam o exterior e o interior dos edifícios.
Porém, os azulejos não servem apenas para decoração. Eles também possuem qualidades práticas, mantendo frescos os interiores de grandes casas e palácios durante o pico do calor do verão.
Os belos azulejos dão a toda a cidade a qualidade de um livro ilustrado. É tentador usar a palavra singular, mas sugere que a cidade é menos que um porto movimentado e uma cidade turística, especialmente nas áreas próximas ao rio.
É muito interessante ver os azulejos dos edifícios, que se pode dizer que estão um pouco piores para a idade. A interação entre cor e sujeira dá à cidade uma sensação de vida. Uma delas está no local real onde as pessoas vivem e trabalham. O estilo moderno e histórico andam de mãos dadas.
As telhas são queimadas em um forno antes da aplicação do esmalte. Cada ladrilho é então curado em temperaturas acima de 1.000 graus, tornando-o resistente às intempéries. É isso que faz as cores brilharem tanto.
As casas se unem em terraços em cores diferentes, criando uma colcha de retalhos pela cidade.
Claro que existem edifícios específicos que deve visitar, incluindo a Igreja do Carmo. A igreja barroca do século XVIII tem um afresco em azul e branco desenhado por Silvestre Silvestri e pintado por Carlos Franco. As telhas foram instaladas em 1910. O filme ilustra o estabelecimento da ordem religiosa carmelita no Monte Carmelo.
A igreja é muito bonita à noite. Sua silhueta se destaca contra o céu noturno, luzes brilhantes iluminando a imagem de azulejos.
Outra igreja que definitivamente se enquadra no género do livro ilustrado é a Igreja do Mirande, sede da Igreja Metodista Portuguesa e a igreja protestante mais antiga da cidade. Portugal é 81% católico e quando a Igreja do Mirante foi inaugurada em 1877, ainda era ilegal para os portugueses abrir uma igreja não católica. Então, na verdade foi construído por estrangeiros. Uma nova constituição não separou a Igreja do Estado até a Revolução dos Cravos em 1974.
A Igreja do Mirante fica entre dois edifícios modernos e agradáveis, aumentando o seu charme.
Embora valha a pena tentar localizar as igrejas e palácios mais ornamentados do Porto, como diz o ditado, as melhores coisas são gratuitas. Um passeio pela cidade deve ser repleto de história da arte e cultura. É lindo a qualquer hora do dia, mas na hora dourada o Porto brilha positivamente.