“Gostaríamos de agradecer em primeiro lugar à polícia sul-africana”, disse Luís Neves, director da Polícia Judiciária portuguesa, que anunciou a detenção do banqueiro João Rendeiro na manhã de sábado.
“João Rendeiro vivia na zona afluente de Joanesburgo, que era o seu porto seguro habitual em hotéis de cinco estrelas, mas poderia mudar-se para outro local para tentar impedir esta detenção”, explicou Neves. “Ele era muito cuidadoso.
“Ele ficou surpreso por não esperar”, disse Neves.
Rentiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), empresa especializada na gestão de fortunas privadas, foi condenado por 16 infracções em três processos distintos, todos eles relacionados com o colapso do BPP em 2010.
“Ao longo dos processos em que fui autuado, tenho viajado a muitos países estrangeiros e sempre comuniquei esse facto aos respectivos processos. Em cada um dos casos, voltei a Portugal. Desta vez, não quero regressar,” Rendero escreveu. “Foi uma decisão difícil, feita depois de uma reflexão profunda.”
As autoridades portuguesas logo emitiram mandados de prisão europeus e internacionais e, no sábado, Neves disse que a polícia o vigia desde que ele deixou o Reino Unido.
“Descobrimos que esta pessoa procurada deixou o Reino Unido em 14 de setembro e temos informações sobre para onde ele foi antes de chegar à República da África do Sul”, disse ele no sábado.
“João Rentero entrou na África do Sul a 18 de setembro”, continuou Neves, acrescentando que já sabiam do seu paradeiro há muito tempo. “Logo estávamos em contato [South African] Colegas por meio de canais de colaboração internacionais. “
“Só voltarei se for libertado ou perdoado”, disse ele.
“Sou um ‘fraco’ poderoso”, disse ele, criticando a justiça portuguesa por sua dupla postura de não assediar outros banqueiros que fizeram piores do que ele.
As autoridades portuguesas agora dizem que Rendero será deportado para Portugal e, enquanto essas operações estão em andamento, as autoridades sul-africanas pedem que ele seja tratado como um perigo aéreo grave.