Nicole Museolico do Sal foi encontrado em 2007 para documentar a antiga prática de produção artesanal de sal na Figueira da Foz. O museu está convenientemente localizado no meio de estabelecimentos produtores de sal, ou salinas. Consiste em um armazém reaproveitado para abrigar o museu e lagoas reais com uma passarela no meio.
Dependendo da estação e da quantidade de chuva recebida recentemente, a passarela pode estar seca ou coberta com uma camada de água, o que pode tornar a caminhada escorregadia. O museu tem informações educativas e mostra várias ferramentas tradicionais usadas para a produção de sal, incluindo cestos, peneiras, ancinhos em forma de roda (rodízios), comportas e outros equipamentos feitos para esse fim.
A evidência mais antiga da produção de sal em Portugal remonta ao ano de 959, mas a prática é provavelmente ainda mais antiga. O sal desempenhou um papel fundamental na exploração portuguesa do globo ao longo dos séculos. Não era usado apenas para realçar o sabor dos alimentos, mas também para conservá-los, o que ajudava muito em viagens longas. A importância do sal cresceu tanto que, no ano de 1178, o mineral tornou-se uma das principais exportações de Portugal.
Embora variem em tamanho, as lagoas são retangulares, revestidas com uma camada de argila e cheias de água do mar. O nível da água é regulado por meio de comportas de madeira. O sal cristaliza no fundo das lagoas rasas e é coletado usando rodízios. Em seguida, é deixado ao sol para secar por (geralmente) cinco dias. Vários fatores afetam a qualidade do sal, incluindo conteúdo mineral, densidade do sal, temperatura da água e taxa de evaporação.
Todas as salinas consistem em três tipos de lagoas, a saber, lagoas de abastecimento, evaporação e cristalização, e constituem ecossistemas delicados. Diferentes microrganismos vivem na superfície da água e no fundo das lagoas. Esses micro-organismos são essenciais na produção de sal, mas se o ecossistema não estiver equilibrado, podem prejudicar a qualidade do sal. A saúde do ecossistema também está intrinsecamente ligada à presença de aves migratórias, que utilizam as salinas como locais de alimentação e reprodução.