O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, prometeu um aumento radical da produção de energia renovável em Portugal, mais licenciamentos para água reciclada e uma avaliação ambiental estratégica dos projetos de reforço do caudal no troço médio do rio Tejo.
Essas linhas de atuação nas áreas de meio ambiente, energia e combate às mudanças climáticas foram veiculadas por Cordeiro no debate sobre o estado da naçãono parlamento português.
Em termos de reconversão energética, Cordeiro defendeu que Portugal “está mais protegido do que a maioria dos seus parceiros europeus, graças ao investimento em energias renováveis”, mas “não está imune” à atual instabilidade internacional.
O ministro do Ambiente acrescentou que, apesar da situação atual, Portugal tem mantido os preços da eletricidade.
“Os consumidores domésticos de energia elétrica observaram uma redução de 3,7% no preço final do mercado regulado”, destacou.
Relativamente aos investimentos em energia solar, o ministro disse que até ao final do ano, Portugal, além de ter ultrapassado a barreira dos 2.000 megawatts já instalados, prevê a entrada em funcionamento de cerca de mais 1.200 megawatts.
“No atual cenário de preços elevados, se todas as centrais solares alocadas nos três leilões que promovemos estivessem em funcionamento, os consumidores portugueses beneficiariam de uma poupança superior a 2,1 mil milhões de euros”, sustentou.
Ainda, segundo Duarte Cordeiro, em 2023 será lançado um “grande leilão para produção de energia eólica em plataformas offshore flutuantes”.
“Este é um projeto que mudará radicalmente nossa capacidade de produção renovável. Queremos um leilão que agregue pelo menos 10 gigawatts à nossa produção. O leilão de energia eólica offshore será o projeto de energia renovável mais ambicioso de sempre em Portugal”, frisou.
O ministro acrescentou que foram identificados mais de 70 projetos de hidrogénio verde, resultando num investimento de cerca de 10 mil milhões de euros.
“Temos a profunda convicção de que, durante este mandato, poderemos começar a exportar hidrogênio verde”, acrescentou.
Na primeira parte do seu discurso, o ministro alertou que, dada a frequência dos períodos de seca, a água deve ser utilizada “com moderação em casa, nos campos e nas fábricas”.
“Deve ser preservado em suas fontes. E deve ser reutilizado para fins que não exijam sua potabilidade”, acrescentou.
Até 2030, a intenção do governo é “generalizar o princípio do reúso, utilizando 20% da capacidade das usinas nacionais de água”.