Para muitos, Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes não são nomes de referência quando se discute o desenvolvimento da arte abstrata, mas sua vida e obra refletem as mudanças de estilos e eventos do século XX. A Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, com sede em Lisboa, lança luz sobre este casal de artistas através de uma coleção que revela a evolução do seu trabalho ao longo dos anos. A antiga fábrica de seda transformada em museu oferece aos visitantes uma perspectiva íntima da arte moderna.
Tanto Vieira da Silva como Szenes nasceram perto da virada do século passado; ela está em Lisboa e ele em Budapeste. Como muitos artistas iniciantes fizeram, eles foram para Paris, se conheceram em 1929 e se casaram em 1930. Durante seus primeiros anos em Paris, eles mergulharam em círculos artísticos e intelectuais que levaram suas pinturas individuais a maiores níveis de abstração. Sabiamente, especialmente porque Szenes era judeu, eles se mudaram para o Brasil no início da Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, eles se mudaram de volta para Paris e em 1966, da Silva se tornou a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts pelo governo francês.
Com mais de 3.200 peças à escolha da dupla, o pequeno museu apresenta várias pinturas emblemáticas, como “Le glacier” de Szenes, entre um conjunto giratório de outras obras, como a espirituosa colagem de da Silva da Torre de Belém de Lisboa em pedaços de papel, caracteres de máquina de escrever e caneta.
As exposições temporárias apresentam obras de artistas que conheciam o casal ou partilham com eles uma sensibilidade artística. Também disponível para visita é a antiga casa e estúdio do casal, ao virar da esquina do museu.