Banco central de Portugal abre seus cofres para vislumbre raro de barras de ouro

LISBOA, 18 Mai (Reuters) – O banco central de Portugal abriu seus cofres fortemente vigiados em uma pequena cidade perto de Lisboa, dando um raro vislumbre de onde algumas das reservas de ouro do país são mantidas.

O complexo de 67.000 metros quadrados do Carregado alberga um cofre ultra seguro onde 45% do Banco de Portugal armazena 382,6 toneladas de ouro. Os 55% restantes estão no exterior, principalmente no Banco da Inglaterra, em Londres.

“O ouro é um ativo importante para os bancos centrais, pois é um ativo de refúgio e não tem riscos de crédito”, disse o membro do conselho do Banco de Portugal, Helder Rosalino, na terça-feira, durante a rara visita da mídia à instalação, guardada por policiais armados.

O complexo, inaugurado em 1995, é protegido por alarmes e câmeras de vigilância, e suas múltiplas portas possuem sistemas de bloqueio por teclado que se tornaram mais sofisticados ao longo dos anos.

As barras de ouro, que pesam 12 kg (26,46 lb) cada, são empilhadas em centenas de prateleiras em um cofre atrás de portas blindadas. Apenas três membros da equipe podem abri-los usando um código em um botão giratório, girando duas chaves e esperando que uma quarta pessoa digite outro código remotamente de uma sala de controle.

Rosalino disse que desde 1999, quando foi oficialmente criada a moeda euro, o valor das reservas de ouro portuguesas aumentou 16,8 mil milhões de euros. Ele subiu 4,3% para cerca de 19,8 bilhões de euros só no ano passado.

Ele disse que o aumento de 2021 se deve à valorização do dólar americano em relação ao euro. O ouro é cotado em dólares americanos.

Portugal tem a 14ª maior reserva de ouro do mundo, com o seu valor a representar o equivalente a cerca de 10% do produto interno bruto do país.

Reportagem de Sérgio Gonçalves e Pedro Nunes; Edição por Catarina Demony e Jane Merriman

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